sexta-feira, 18 de outubro de 2013


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

CRUZ DO PAGO
 - Jayme Caetano Braun -
 Homenageado após sua morte e considerado um dos maiores poetas tradicionalistas gaúchos.
 
Meio assim como uma queixa
Que a lo largo* foi deixada,
De algum combate extraviada
Na imensidão da planura,
Repousa a triste figura
De velha cruz falquejada
Que assinala a terra içada
De uma humilde sepultura!

Cerne rijo, como a fibra
De guasca* que ali descansa,
No leito de grama mansa
Exposta à chuva e o vento,
Velha cruz, mudo lamento
De quem perdeu a esperança
E apagou-se da lembrança
Nas trevas do esquecimento!

Revives, cruz do meu pago,
Nessa imensa soledade*
A passada austeridade
Dos índios que te plantaram
Depois que te falquejaram,
Num gesto de humanidade
E as sementes da saudade
Ao teu redor espelharam!

E junto a terra pisada,
Onde o capim se termina,
Desengonçada se inclina
Rude coroa esquecida,
Tristonha e descolorida,
  Deixou na cruz campesina
Um sinal de despedida!

Ninguém sabe a quem abrigas
Nem te lembra a procedência,
E eu me volto em reverência
Quando chego junto a ti,
Cruz do campo onde nasci
Lembrando num temor vago
De outros filhos do meu pago
Que morreram por aí...

Na humildade do teu vulto
Até as penas são de rédeas
Na evocação da tragédia
Que te deixou como rasto,
E o teu cerne velho gasto
Que ao léu do tempo reduz,
É um mistério, velha cruz,
Rodeada de mata-pasto!

Vejo em ti, cruz sem legenda
Plantada em rude munchão,
A própria cruz do rincão
Tristonha, humilde e vencida,
Como planta ressequida
Na inclemência do verão,
Que nesse palmo de chão,
Entre mágoas e protestos,
Abriga os últimos restos
Da crioula tradição!!
  Vocabulário Riograndense do Sul (Gaúcho)
*a lo largo - ao passar do tempo 
 guasca - valente
 soledade - solidão
 falquejada - desbastada com faca, esquadrejada
 pago = rincão - terra, lugar onde se nasceu 
 crioula - que lá nasceu, gaúcha, nativa do Rio Grande do Sul
 
 
 
 

 
 
 
 
 
          1Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel;*

2Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da prudência.

3Para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade;

4Para dar aos simples, prudência, e aos moços, conhecimento e bom siso;

5O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos;

6Para entender os provérbios e sua interpretação; as palavras dos sábios e as suas proposições.

7O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.

8Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe,

9Porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço.

10Filho meu, se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites.

11Se disserem: Vem conosco a tocaias de sangue; embosquemos o inocente sem motivo;

12Traguemo-los vivos, como a sepultura; e inteiros, como os que descem à cova;

13Acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos;

14Lança a tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa!

15Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé das suas veredas;

16Porque os seus pés correm para o mal, e se apressam a derramar sangue.

17Na verdade é inútil estender-se a rede ante os olhos de qualquer ave.

18No entanto estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e espreitam suas próprias vidas.

19São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem.

20A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta a sua voz.

21Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras:

22Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento?

23Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber as minhas palavras.

24Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção,

25Antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão,

26Também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor.

27Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia.

28Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão.

29Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor:

30Não aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão.

31Portanto comerão do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos.

32Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá.

33Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.

 

*BIBLIA COLIGIDA: Almeida Atualizada e revisada - fiel

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                       ADOLESCÊNCIA

 

 

Adolescência

 

A vida é tão bela

que chega a dar medo.

Não medo que paralisa e gela,

estátua súbita,

 
mas esse medo fascinante e fremente

de curiosidade

que faz o jovem felino seguir

para a frente

farejando o vento ao sair, a primeira vez, da gruta.

Medo que ofusca: luz!

Cumplicemente,

as folhas contam-te um segredo

velho como o mundo:

Adolescente, olha! A vida é nova...

A vida é nova e anda nua

-vestida apenas com o teu desejo!

(Mário Quintana)

 

 

No albor azul da existência,

quanto se quer ser sábio!...

Mas que inocência...

Tremia como vara verde,

ao beijar teus lábios.

Nós... nenhuma vivência,

Quase morria ao ver-te!

Dois rostos virando brasas.

Coragem era aparência,

O coração disparava,

os sonhos soltaram asas,

que voaram na adolescência.

(m.m.s)

  

 

Adolescente é

uma pessoa

que tem fogos

de artifício

dentro de si.

 

 

O que é um adolescente senão um adulto que anseia ardentemente

 voltar  ao passado?

 

 

 

 

 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Celtic Elf Music - Elven Lands


John DOWLAND - Galliards - Paul O'DETTE.avi


Versos Simples - Chimarruts Cover


THE BEST CELTIC MUSIC



                                         PAPO DE JOGADORES DE FUTEBOL
Desde criança a paixão pelo futebol.
Vale tudo bola de meia, de borracha, laranja...tudo que é
   redondo ou rola
 

                        Essa conversa todo mundo já ouviu e muitos até já sabem de cor. Eu vou apenas apresentar uma “reprise” daquilo que ouvimos desse pessoal que ganha dinheiro chutando, e às vezes maltratando a bola. Parece uma repetição, uma gravação, um papo monótono, mas às vezes é engraçado até pela falta de originalidade.

                        Quando o time perde, geralmente ninguém gosta de dar entrevistas, mas sempre sobra para alguém, que fala em nome do grupo. E o que ouvimos é mais ou menos isto: “O juiz prejudicou o nosso time; ele inverteu muitas faltas e deu cartão sem motivo, e deixou de marcar aquele pênalti claro... Mas agora é levantar a cabeça, trabalhar esta semana já pensando no próximo jogo. O professor já está ciente do que precisa fazer e vai preparar o nosso time...” A conversa chega ao fim, mas não convence ninguém – e o jogador vai correndo para o vestiário. O repórter encerra a matéria e devolve a bola para o narrador ou apresentador que, imediatamente, chama os comerciais. Assim termina o jogo, mas os motivos alegados para a derrota são muitos e os assuntos vão durar pelo menos uma semana ou até o próximo jogo.

                        Quando o time ganha, geralmente todo mundo quer falar, desde os jogadores até o treinador que aparece na televisão ao lado do presidente do clube. Ninguém critica o árbitro nem os bandeirinhas por mais que eles tenham errado contra ou a favor. Todos estão motivados e se sentem os maiorais dentro e fora do campo. O treinador posa diante do nome dos patrocinadores e uma fila de repórteres aguarda para perguntar e ouvir quais os planos e as expectativas em relação à próxima partida. Todo mundo está feliz. Ganharam mais três pontos, subiram na tabela, já estão no G4, ou já saíram do Z4 e as perspectivas são as melhores possíveis. O treinador responde uma pergunta, outra, mais outra e dá um sorriso pleno de satisfação e até faz uma piadinha sem graça para descontrair a todos. Como é bom ganhar, como é bom liderar e ver os adversários ficarem para trás na tabela de classificação! Chega até a ser emocionante.

                        Na vida desses boleiros acontece de tudo. Tem muitas histórias que até já viraram livros e provocaram boas gargalhadas. Tem uma frase que já ouvi muito e acho muito engraçada: O jogador reclama do seu time: “Assim não dá. Nós tomamos gol de bola parada. Isto não pode acontecer mais”. Gol de “bola parada?” – isto é impossível, pois todo gol é feito com a bola em movimento. Não existe “gol de bola parada”. Mas ainda ouvimos muito este disparate. Outro diz mais ou menos assim: “Nós tomamos um gol bobo. Assim não dá; é preciso ter mais cuidado”. Tomar um gol bobo... O que é um gol bobo? Todos os gols são iguais. Não existe gol bobo nem gol esperto.  Bobo deve ser o jogador que falhou e assim permitiu que o adversário fizesse o gol. Ah, tem aquela do jogador que é expulso de campo e resolve desabafar: Ele geralmente diz assim: “Eu não fiz nada, eu só encostei nele; eu fui na bola...” Ninguém acha justa uma expulsão, mesmo que tenha quebrado ou arrancado a perna do adversário. É por isto que o futebol é tão apaixonante e popular: ele é a cara do povão. Não há nada mais fantástico e mais envolvente do que o futebol. É tão envolvente que têm pessoas que preferem assistir o futebol a namorar ou fazer algo ainda mais agradável. E têm muitos que perdem a namorada por causa do futebol. Isto que é paixão! E viva o nosso futebol pentacampeão!

 

            Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

            Mogi Guaçu, 31 de julho de 2009.

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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Igualzinho o que acontece no Brasil.
Era uma vez um rei que queria ir pescar.
Ele chamou o seu Ministro Meteorologista e pediu-lhe a previsão do estado do tempo para as próximas horas.
Este assegurou-lhe que não iria chover.
No caminho, ele encontrou um camponês montando seu burro que, ao ver rei, disse:
- "Majestade, é melhor regressar ao palácio porque
vai chover muito."
É claro que o rei ficou pensativo:
- "Eu tenho um Ministro Meteorologista muito bem pago que me disse o contrário. Vou seguir em frente."
E assim fez ... e, claro, choveu torrencialmente, a pescaria ficou estragada e o rei encharcado e resfriado.
Furioso voltou para o palácio e despediu o Ministro.
Ele convocou o camponês e ofereceu-lhe o cargo, mas este, sincero (não era político), disse-lhe:
- "Senhor, eu não entendo nada disso, mas se as orelhas do meu burro estão caídas, significa que vai chover."
O rei então usou a lógica e nomeou o burro.
Assim começou o costume de nomear burros que, desde então, têm as posições mais bem pagas nos governos.