quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

BONSAI - PORTULACÁRIA

A Portulacaria afra é nativa da Africa do Sul, crescendo silvestre no parque Nacional Krugner, um dos mais importantes do mundo. Alcança 3 m de altura, mas na forma touceira, com troncos dispersos, sendo que cada um tende a pender e adquirir formas inclinadas, e mais tarde rastejantes (netsunari).
Tem sido muito usada em bonsai no USA. O que a difere da maioria das plantas é que muitas vezes a aramação é usada para levantar ramos, ao invés de abaixa-los.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

BOM DIA AMIGOS








BOM DIA

Eu espero que você tenha um belo amanhecer,

 E que, na alvorada, você desperte sorrindo,

 E, ainda que só, você siga o seu caminho,

 A sua jornada na estrada e para o trabalho

 Melhorando o mundo a sua volta.

 Que o espírito de Deus sempre lhe acompanhe,

 E faça de ti luz para os caminhos serem mais brilhantes.

 Essa luz que tantas vezes já iluminou a minha vida!

 Quero que a sua saúde, seja uma forte companheira,

 E sintas essa força em seu coração

 Que nem um mal estar, nada se interponha,

 Possa atrapalhar o seu BOM DIA compartilhado.

 E que ao final de um dia de trabalho, ao cair da tarde,

Afinal para seu merecido repouso,

 Você possa, orar agradecendo ao Criador,

 Reler passagens de amor esperança e fé,

Distribuindo-as e ofertando a outras pessoas

Num desejo ardente de ser compassivo,

 Suplicando o perdão de nossas falhas no dia,

Porque, amanhã, durante o dia, durante a vida

Você possa ter na sucessão do passar do TEMPO...

Uma sequência eterna de felizes BONS DIAS!
 
///@//RO   
O OFÍCIO DE ESCREVER
O ofício de todo autor de obra literária, o escritor, é revelar a força ou fraqueza dos personagens.
Revelar o antagonismo entre as forças existentes nas coisas, a felicidade, o amor o ódio, os embates da vida, ao longo da história por ele elegida. Fazer com que transitem na passarela do cenário construído, os fatos que aos poucos vão se desenrolando, tomando formas características, descrições dos tipos físicos, a geografia do local, ou sítio dos fatos. A própria luta pela sobevivência, a manutenção de seus desejos e aspirações maiores, o sofrimento, derrotas e vitórias dos envolvidos na trama, pois afinal, eles passam a ter vida e transitar no imaginário do leitor. Este é o o objetivo daquele que escreve.





A angústia, o enfado da vida de pessoas da ociosa nobreza. Ao revés a satisfação e felicidade por vezes dos personagens mais humildes, fornecendo as razões para isso, alimentando as almas por trás de vidas insignificantes, que proprositalmente sua pouca importância é para escapar da visão mais apressada e comum, para ressurgirem com brilho e importância mais adiante.
Outra missão importante do ofício de escrever, é saber colocar seus personagens em um cenário minucioso, em que nós como leitores, poderemos senti-lo, descortiná-lo, ver os personagens vestidos com as roupas da época, sentir o frio e a neve, ou a chuva torrencial que cai, qual o aspecto que apresenta o céu antes dos fenômenos atmosféricos narrados. Cuidar muito bem dos usos e costumes do local onde de desenrola a história, a ponto de o leitor estar lendo como se fosse (no caso uma ficção) um local existente no tempo e no espaço. Os deslocamentos e ações, devem parecer o mais convincente possível a ponto se sabermos os tiques e cacoetes, altura e cor dos olhos, a cicatriz se houver no rosto, sua conformação física, homem ou mulher, não é exagero dizer que podemos sentir o perfume das flores descritas, ou por outro lado o fedor das pocilgas e pântanos apodrecidos. Saber alturas de muralhas, cores das casas, material com que foram construídas, e sua conformação ao serem avistadas, ao ponto de sermos nós os expectadores do cenário. Isto tudo, junto ao enredo é que farão uma boa história, que irá prender ou não a atenção de seus leitores.
 
Você jamais aproveitará o mundo de maneira integral, enquanto não deixar o perfume das flores penetrarem em suas narinas, a areia das praias marcar suas pegadas, não sentir o odor das maresias, correr com a amada pelos campos de flores silvestres e dormindo ao relento contar as estrelas que despontam, enquanto se apagam as silhuetas das árvores contra o poente. 
                 
///@//ro  ///@rtins S@//tos                                               
                                                    

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A HONROSA CONDIÇÃO DE AMIGO.

MEU CORAÇÃO SE AQUECEU - ///@//ro //@rtins S@//tos


   Ah! Muitas pessoas não tem uma alma.
O que elas têm em seu lugar é uma agenda.
                         -Rubem Alves-

Pela primeira vez senti meu coração se aquecer, como se estivesse em uma enlevada paz ao pé de uma lareira. Vendo crepitar as labaredas vermelho-alaranjadas da madeira de pinho, o ambiente estava perfumado pelo odor da resina. Não sentia ainda uma felicidade plena, nada parecido com isso mas uma indescritível forma de gratidão. Gratidão pela vida, gratidão pela natureza que me cercava marcando sua existência pelo canto dos pássaros, o sussurrar do vento nas ramagens altaneiras das frondosas árvores e pela majestosa presença das Araucárias. Em silêncio ouvia o rumorejar de uma pequena cachoeira, que tentava embalar meu sono, que relutava em não vir me visitar.
Tinha porém muitos motivos para sentir-me aliviado de tensões e além da gratidão um motivo para me sentir contente.
Tinha passado a maior parte de minha vida de forma solitária, mesmo em meio ao trabalho, ou nas ruas na multidão. Talvez sempre fosse uma forma de negação ao que era obrigado a ver e sentir profissionalmente, em contato direto com as desgraças do mundo, os lugares em que todos procuram evitar, correr para longe, era lá que eu deveria estar.
Talvez por isso, acostumado à companhia da solidão, tenha escolhido as madrugadas para as atividades de escrever, pintar meus quadros, e fazer meus desenhos. Alguns reconhecimentos em forma de prêmios e medalhas, me animam a continuar em atividade. Durante o dia, cuido de meus bonsai, cuja satisfação é enorme e recomendo a todos, acompanhados ou sobretudo sozinhos. Você mergulha em um mundo natural, real,vivo, que lhe proporciona paz interior, senso de estar sendo útil para com seu espírito e a própria perpetuação de espécies vegetais em forma, semelhança e imagem das árvores da natureza.
Procuro nessas pequenas coisas conseguir algum "retorno afetivo", onde sou apenas um caco de vitral partido.
Procuro preencher incessantemente a busca de tão apenas uma compreensão emotiva. De apenas um ato  pessoal de agradecimento por ter sido aceito, ou uma obra qualquer talvez apreciada, via um pouco de afeto., não mais que isso, pois já me é o bastante.
Procuro, não sou arredio nem fujo, das boas e sinceras companhias. Pessoas alegres, de bem com a vida, mas que compreendam que a existência é um caminho a trilhar não eterno e onde deveria imperar a fraternidade entre os seres amigos, que ao mesmo tempo são nossos irmãos. Mas, nem dentro das próprias igrejas isso se torna  realidade. Há dicotomias entre opiniões, há o desejo de poder de mando, há os que se julgam santificados aqui e agora no mundo. Há o patrulhamento dos membros, por outras guildas de membros, que se incumbem da vigilância de seus semelhantes. Há os líderes, mais corruptos que os próprios políticos, a quem não dá para pensar que existam piores. Não há ipseidade entre grande parte dos membros de uma igreja. Há incontinência entre aqueles que só vêem  o cisco no olho dos demais e não vêem a trava em seus próprios olhos. Leiam o livro "Porque Não Vou Mais à Igreja" e entenderão o que digo. Se estiverem pensando que o livro orienta às pessoas a não irem mais à igreja se enganam, muito pelo contrário, que vão sim, mas ajam de outra forma. Que não sejam hipócritas como os fariseus. Se, a Igreja é o corpo de Cristo, não entendo que possam dizer: - "Isso acontece lá naquela igreja, não na minha", pode um corpo funcionar bem tendo um braço bom e outro deficiente, atrofiado? Ou, uma perna boa, outra foi cortada; não enxergo nada, mas ouço muito bem? Podem todos serem cegos mas os olhos de minha igreja funciona de forma perfeita? Não, ou a Igreja é um corpo completo, todas as congregações, as denominações funcionando bem ou não é um corpo completo, perfeito. Gostem disso, ou não!
- "Mas ocorre que o mundo é imperfeito, os homens são pecadores!" Então recai exatamente no que quero dizer, não existem donos da Verdade. Todos nós, todos, somos pecadores e carecemos da misericórdia de Deus. E não adianta querer trancar Deus administrativamente em uma gaiola-igreja, porque Ele é livre,  existe para voar, como fez os pássaros livres também para voarem, soltos no céu azul. No livro citado, vemos, com a administração pode engolir o sagrado, quando a maior ênfase é dada à administração do templo, da igreja, onde tudo tem que seguir como soldados em ordem unida. Proibido pensar, proibido errar o passo, proibido faltar à reunião, proibido...proibido...! Regras são regras, dogmas são dogmas, doutrinas são doutrinas, se quero compor o meio como membro tenho que acatar pelo menos a doutrina denominacional, senão vira bagunça. Mas não foi isso que eu disse. E hipócrita quem se fizer de não ter entendido.
É com base nisso que inicio meus relacionamentos de amizade, alicerçado na sinceridade, procurando gerar o respeito incondicional. É na vida que temos que buscar esses relacionamentos, onde mais seria? E nossa esperança é de sermos aceitos com as qualidades que buscamos nos aparelhar, que deverão ser maiores que os defeitos.
Aceito, sou grato, por ser mais um ser humano elevado da condição de anônimo nessa estrada de tantos atalhos. No grande deserto da vida, o horizonte vislumbra inúmeras miragens. Cabe a cada um de nós, pobres criaturas inadequadas sem a presença do Eterno, tomar o bom caminho, aquele das pedras, estreito, esburacado, sem atrativos, mas do alto se avistará as mais lindas paisagens nunca imaginadas.
                               
                                  Todas as criaturas são feitas com palavras que tem
                                  luz própria, que vai iluminando o percurso por
                                  por onde passam, ajudando a pensar diferente até
                                  atingir: uma dedução surpreendente ou uma
                                  invenção - no sentido amplo da experiência. 
 
                            Mauro Martins Santos
                         (AGL) - Academia Guaçuana de Letras

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

HUMILDADE.


          SER HUMILDE
Ser humilde, é ter a consciência de ser gigante na arte de ser de ser pequeno. De ser pequeno, não no tamanho, na altura do corpo físico, mas saber que o que realmente importa não é a saída nem a chegada, mas a sabedoria adquirida na travessia. É ser capaz de ao apenas ser olhado, transmitir a paz e o aconchego a quem está sobrecarregado de falsas ilusões. É contemplar o mundo com a serena tranqüilidade dos justos, dos puros de coração. É ter a suavidade das palavras que acalentam aos desesperados, atribulados e ansiosos de paz espiritual. É não ter fortuna em ouro mas o brilho do ouro nas atitudes inconscientes por nunca tê-las buscado, porque foram doadas por Deus enquanto dorme. Nunca se decepciona na vida por não ser como os "grandes homens", que são comentados no rádio, nos jornais e na TV. Nunca se entristece por não ser rei, presidente ou grande líder, porque seu reino, sua pátria e seus súditos ele os traz no coração. Sempre soube, sem ninguém lhe impor ou dizer, que os últimos serão os primeiros, e nem isso lhe faz diferença. Nunca se esquece que todos nós somos levados para a frente não pelos fortes e poderosos, com que a maioria sonha, mas pelos fracos, pequenos, mas constantes empurrões dos mais humildes, que pela sua necessidade constante, o faz mover em direção a eles, para a frente e para o alto, como vendo o Monte do Calvário sempre no horizonte. Em sua humildade, esse homem sabe ser capaz de qualquer empreitada, desde que seja dura demais para os outros, a fará leve, por amor a seus amigos e tudo pela família. É aquele que mesmo bastante ocupado, podemos contar com ele, enquanto os demais em descanso, não têm tempo para nada. Esses homens humildes, têm uma missão na vida, que eles próprios desconhecem. São os pilares da Terra, que o Mestre citou: "enquanto houver um só justo sobre a face da Terra Deus não acabará ainda com este mundo". 
                                                  Mauro Martins Santos - ///@//ro  

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

MEDO - ///@//ro //@rtins S@//tos

EXPLORAÇÃO NERVOSA

O verdadeiro motivo do pouco conhecimento que o homem tem de si próprio é o medo.
Quisera persuadir-se de que nele tudo está em ordem, mesmo quando a maior parte das suas ações está contaminada de fraquezas e o amor da verdade talvez não passe de um pequeno córrego que, no seu caminho, perde suas águas nos pântanos.
Os fungos venenosos da mata crescem melhor onde não chega a luz do sol; assim também os fungos venenosos do coração humano prosperam melhor onde não brilha a luz do conhecimento de si mesmo.

///@//ro

                                                      
                                                           

As boas ideias vêm do inconsciente, seja em publicidade, arte ou literatura. Mas para que uma ideia seja relevante o inconsciente precisa estar bem informado. Nada é mais perigoso do que um inconsciente ignorante.

                                                         
                                                               

DO AMOR

Eu estava no estacionamento, com a chave na porta do carro e pensei comigo: "Se esta fosse minha última noite na Terra, eu preferiria passá-la numa reunião de negócios ou com aquela mulher? Atravessei correndo o estacionamento e perguntei se ela queria jantar comigo. Ela disse que sim, andamos até a cidade e estamos juntos desde então.

Steve Jobs 

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domingo, 3 de fevereiro de 2013

SENTIMOS MUITO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUEM DEIXOU O POETA TRISTE?
Quem foi que levou embora do altar da alma o amor?
Foi assim que o poeta largou sua pena e ficou triste!
Semearam o mal no mundo, nasceram as garras da dor
Quebraram as asas do Anjo, com as espadas em riste.

Me digam, quem se compraz em maltratar toda essa gente
Sem temor, peço que me abram o caminho por favor
Para que eu possa um alado cavalo, montar novamente
Resgatar das garras do diabólico dragão, a beleza do amor.

Resgatar o romantismo perdido da pureza de pétalas virgens
Que o tempo drástico matizou brutalmente ainda em puro viço
Beleza que outrora existiu, hoje oferece as dores e vertigens
Lançando ainda em botão, dóceis criaturas ao maldito feitiço.

Feitiço que era ao contrário, que nesse outrora existiu
A mão pensada e repensada era tão tímida ao acariciar
O beijo, roubado na esquina, o medo de: - "alguém viu?
No disfarçado desejo, ainda retido e contido no olhar!

SENTIMOS MUITO...A magia essencial do amor está perdida
ORAMOS MUITO...A juventude equivocada, saiba está iludida
SOFREMOS MUITO...O Anjo já tem suas asas partidas
QUE LAMENTO... O Mal transformou em DROGA esta vida!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

JUVENTUDE

QUANDO ÉRAMOS JOVENS                              

MAURO MARTINS SANTOS  (AGL*)

Quando éramos jovens, sonhávamos não com um mundo diferente - penso nisso - mas sonhávamos de um modo diferente. Nossos pensamentos eram leves como as nuvens, e se algo nos assolava a alma, se para nós era uma reviravolta, na verdade não passava de aragem que antecipa a chuva. Às vezes o vento zunia mais forte, mas num sem conta de vezes era por estar enamorado. Apaixonado é uma palavra muito adulta para um jovem. Estar enamorado, fazia o rosto queimar, o peito sufocar, o coração acelerar. Tais sentimentos eram de uma existência tão verdadeira, mais que todo o o cosmo em nós contido.
Hoje na distância dessa longínqua juventude, entrevemos quanta pureza, quanta verdade sincera eram colocadas no arcabouço de nossos pequenos corações. Tudo a se formar, tudo a se descortinar diante de nós. Que era o futuro senão a realização de nossos sonhos, tantos deles irrevelados. - Meu amor da juventude mais longínqua, eu perdi naquela esquina/ onde uma fresta de porta se abriu e recolheu para sempre a menina. Eu a adorava na esfera de meu universo, por coisas que vamos morrer antes de saber: a força de uma palavra! Foi a força de uma palavra que fez aquela porta se abrir e levar para sempre a menina. Que palavra forte foi essa? Qual delas em meio a milhares de palavras ditas e não ditas, palavras coloridas de sangue de amor, envoltas em perfume de rosas rubras, ou palavras que ferem a frágil suscetibilidade de um coraçãozinho que bate descompassado e se queda como um passarinho atingido mortalmente? Seria essa mal dita palavra pronunciada em tom áspero, ou não, só mal entendida, seria? Ah! O amor incipiente, que doce latejar de um coração quando abraçados, sentia o dela bater em meu peito, como se o dela fosse o meu. Ah! Seu perfume, que era só dela, em nenhum canto de toda a natureza existia outro igual. Seus cabelos longos, sedosos. Seu porte altivo, as vezes até arrogante. Mas não, tudo a consistia na figura dos sonhos mútuos juvenis, que o tempo se encarregou de abrir aquela porta e recolher para sempre a menina.
Hoje, pensamos de outra maneira. Mas quando se volta no tempo dizemos: quando éramos jovens e ingênuos acreditávamos em que o mundo pudesse ser diferente. É uma congruência de nós mesmos que reconhecemos que fomos, ou somos feitos dessa matéria básica que edifica a própria vida.
Aí veio a chamada idade da razão, sopesada de suas duras verdades, que jamais houvemos cogitado projetá-las das profecias à concretude de um possível futuro.
Então formatou-se a realidade das nuances do mimetismo humano em todas suas mazelas.
Dos casos por haver contar, às constatações de quase toda a humanidade.
Triste saldo de uma crença ingênua e juvenil, chocando-se como ondas gigantes contra as rochas da moral, cuja individualidade escassea, a contemporaneidade se encarregou de escancarar o corolário da nua natureza humana.

(*AGL) - Academia Guaçuana de Letras - Moji Guaçu-SP



NOSTALGIA DO FUTURO

Mauro Martins Santos –  Pertence à Academia Guaçuana de Letras (AGL)

 

Vale do Jequitinhonha¹ – das meninas - que o futuro olham, sem o verem!

As estradas desertas chegam cansadas de sol e calor sem nada trazerem.

Bem no fundo daquele vale profundo, o vermelho do pó se enleva ao céu.

No alto, bem no alto daquele pináculo, a pedra grande do Miradouro.

Para onde vai a esperança! Como se houvesse - às meninas de Vila D’Ouro.

 

Lindas patrícias, quase morenas, um tanto pequenas, já quase douradas.

Artesanato e janelas, só sabem do ontem: olhos e graça de raças traçadas,

Verde holandês nos olhos puxados, à mostra o alourado dos antepassados.

Mestiços queimados do trabalho diário em busca do pão de tantas jornadas

Doam seu sangue a formar lindas donzelas, em suas janelas ali paradas.

 

A que isso se dá?  Falta-lhes tudo. Longe, os homens buscam trabalho,

As meninas tradição; fazem o que podem, arte manual, fuxico de retalho,

Depois do cansaço, sonhar...Miram a Pedra Grande a fugir de um passado

Dão de si o filial amor - a saudade de quem se foi - sentimento mais puro

Só ficando bem no fundo da alma molhada, a eterna nostalgia do futuro.

 

As estradas vêm de longe, sem nada trazerem, cansadas de sol causticante

Entre elas apostam, quem é o vulto bruxuleante daquela miragem distante.

Passatempo d’esperança, longe se desfaz a visão que não traz o seu amado.

Voltam ao trabalho cuidar: palha, penas, sementes, miçangas, pedra-sabão...

 Futuro é incerto – certo é o vazio – pois sonhar é preciso, a alentar o coração.

 

Anita, Otília, Abadia e Jocimar, levantam de madrugada, sem café para tomar

A mãe de quarenta, que parece ter setenta, busca no fio d’água seu tesouro

Não é moeda! Por lá não há, busca o seu ouro: o barro molhado para coar.

Coleta, cavouca bem fundo, sorri, encontrou umidade para seu odre de couro.

 

No fundo vale poeirento, branquejam ossos e pedras, ao luzir do sol poente.

São lindas as patrícias! Quase morenas, pequenas e por vezes quase alouradas

Cismam que bem longe das serras nuas, há o mar e lindas praias douradas.

Nostalgia do futuro! Tornam ás suas janelas, envoltas na realidade do presente!

 

Moji Guaçu – Estado de São Paulo – Brasil - ///@//rº ///@rtins S@//tºs

1.        Vale do Jequitinhonha, é uma região do Estado de Minas Gerais, no Brasil, muito pobre.  O Estado é um dos mais lindos do País, mas esta região do Vale do Jequitinhonha sofre pelo fenômeno das secas, daí sua população masculina migrar para outras regiões em busca de trabalho. Suas moças, no entanto, são bonitas e solitárias, á espera de seus namorados, noivos ou maridos.